A Morte das Startups

O sonho de jovens e empreendedores é abrir uma Startup com um serviço inovador, fazer sucesso e, claro, ficar rico. A realidade é mais cruel.

Estudo da Fundação Dom Cabral, demonstra que 25% das Startups morrem antes de completarem 1 ano e 50% antes de completarem 5 anos.

Ainda segundo o estudo, alguns fatores que contribuem para essa taxa de mortalidade derrubam por terra premissas arraigadas no imaginário dos empreendedores. Por exemplo: se por um lado a quantidade de sócios pode aumentar a diversidade de ideias, cada novo sócio aumenta em quase uma vez e meia a chance de insucesso.

Outro ponto interessante do estudo é que os empreendedores mal-sucedidos, apontam que a “Não aceitação do produto/tecnologia/serviço comercializado” é um dos itens com menor impacto sobre a descontinuidade da empresa. Em outras palavras, produto ou serviço ou tecnologia não foi o problema. Havia mercado, houve aceitação do público-alvo, mas não o suficiente para um crescimento sustentado para ganhar participação de mercado (share).

Também contrariando a premissa inicial, atrair capital não foi determinante para o sucesso das startups sobreviventes. Ao contrário, o estudo comprovou que o risco de descontinuidade aumenta quanto mais capital é investido na Startup (Não, você não leu errado). Os empreendedores das Startups que sobreviveram citaram o investimento de capital como item de menor importância na lista de motivos para o sucesso. Sua principal fonte de financiamento foram as vendas. Isso significa que o negócio se mostrará mais longevo na medida em que seu capital vier diretamente das vendas, o que resultará em ganho de participação de mercado, que como veremos mais à frente, é decisivo.

Em outro estudo, agora da consultoria Mckinsey & Company, publicada em setembro deste ano, aponta que 36% das empresas que nascem digitais tem crescimento de 25% nas receitas no período de 3 anos, de forma orgânica. E 69% veem sua receita crescer pelo menos 10% no mesmo período. Do outro lado, apenas 5% das empresas que atuam de forma tradicional veem suas receitas crescerem 25% no período e apenas 30% tiveram crescimento de 10% nas receitas, menos metade em ralação ao grupo anterior.

À primeira vista parece que as Startups que passam pelo período crítico, onde a mortalidade é quase certa, garantem os resultados tão almejados. Mas nem sempre.

A pesquisa da Mckinsey mostra que empresas que nasceram digitais e tiveram crescimento da receita superior a 25% ,como dito acima, tem, em média, apenas 5% de participação do mercado em que atuam. Ou seja, mesmo para as que sobrevivem, o oceano não é tão azul. E talvez por isso o estudo da Dom Cabral conclua que mais 25% das Startups morram até o final da primeira década ou um pouco mais de tempo, totalizando 75% de mortalidade em menos de 13 anos.

As empresas que ainda atuam no modelo tradicional, não digitais, que estão no oceano mais azul em termos de aumento de receita, ou seja aumento de 25%, dominam 15% do seu mercado, em média. Já as empresas que não nasceram digitais, mas implantaram a digitalização do seu negócio (se digitalizaram) são as que tem maior participação no mercado em que atuam: 20% em média. Além disso, 10% das empresas que se inseriram na evolução tecnológica alcançaram aumento de 25% de sua receita nos últimos 3 anos e 47% aumentaram a receita em 10%. Não muito longe dos resultados das empresas nascidas digitais, porém com mais consistência.

O que se conclui? Que embora nascer digital seja bom para as receitas, não é garantia de longevidade nem de atingir maior participação de mercado – desejo de 100% dos fundadores e investidores de Startups. Então, a pergunta é:

O que as empresas tradicionais que se digitalizaram tem e as Startups não tem?

Compreensão do mercado.

As empresas tradicionais tem a vantagem de já conhecer seus clientes, compreender as nuances do mercado e não ser intempestivas na gestão. Esses componentes juntos e mais a implantação gradual e consciente da tecnologia, permite aumentar sua participação de mercado (uma vez que já tinham um pedaço), e consolidar-se como uma empresa moderna e madura. Além disso, colocam como prioridade a relação com seus clientes, preocupando-se que tenham autênticas e excelentes interações. Até porque, já é sabido que o investimento em Experiência do Cliente aumenta a receita em até 10% e reduz a despesa em pelo menos 15%. Ou seja, com o tempo os resultados virão, de forma consistente.

Aliar o processo criativodisruptivo ágil das Startups com a experiência maturidade das Empresas Tradicionais é um desafio. Mas é a chave para a longevidade dos negócios da era digital.

Pense nisso se você quer abrir uma Startup. Pense nisso se você tem uma empresa tradicional e quer se digitalizar.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

#CEWS #CXWithSoul #AlmaDoNegocio #ExperienciaDoCliente #CustomerExperience